quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Biossegurança nas instituições de ensino

Enquanto nos preparamos para a próxima auditoria da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública – CGLAB nos Lacen, que incluirá a verificação do atendimento a requisitos de Biossegurança, nos deparamos com uma matéria na web que dá a dimensão da importância das políticas de segurança em laboratórios, sejam estes de saúde, pesquisa ou ensino.

Há quatro anos, no mês de dezembro, um acidente num laboratório de química na prestigiada Universidade da Califórnia - UCLA, em Los Angeles – EUA, matou uma pessoa que havia sido contratada para trabalhar com um importante pesquisador.
Ela sofreu graves queimaduras em todo o corpo ao trabalhar com uma solução de Butilítio, uma substância muito perigosa que entra em combustão ou explode em contato com o ar. Durante o trabalho, a pessoa em questão, Sheri Sangji, de 23 anos, não usava sequer uma roupa protetora para o trabalho em laboratório.
O pesquisador supervisor do laboratório onde ocorreu o acidente enfrenta, atualmente, um processo por responsabilidade, que, no último dia 20 de novembro de 2012, incluiu um relatório técnico preparado por um investigador do estado da Califórnia. O investigador disse ter encontrado “uma desordem sistêmica em todas as práticas de segurança na UCLA”, e considerou que, se tivessem sido seguidos os procedimentos padrão requeridos para aquele trabalho, e se fosse assegurado o uso de roupas apropriadas, a morte da funcionária poderia ter sido evitada.
Outros acidentes sérios já haviam sido registrados em anos anteriores em laboratórios de universidades americanas, fazendo com que o Conselho de Segurança Química americano (US Chemical Safety Board) publicasse um comunicado recomendando a mudança na “cultura de segurança” nas instituições de ensino, onde os laboratórios estão repletos de estudantes e jovens trabalhadores. O Conselho também identificou os “feudos” formados por cada departamento da universidade, onde o Investigador Principal (P.I. em inglês) é o rei, como sendo a causa parcial deste tipo de acidentes, e recomendou que o Departamento de Saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos (US Occupational Safety and Health Administration) revisasse suas normas para laboratórios que tratam dos riscos de exposição a substâncias químicas perigosas, deixando claro que os riscos físicos também devem ser controlados.
Infelizmente, é provável que este cenário seja recorrente na maioria das instituições de ensino e pesquisa, e mesmo em laboratórios de saúde em nível mundial, o que serve para nos lembrar que as medidas preventivas (informação, treinamento, instalações adequadas, equipamentos) são a chave para a segurança.

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O frasco de reagente que provocou o acidente de Sangji