quinta-feira, 16 de junho de 2011

Lei veta o uso de jalecos fora do local de trabalho


O uso de vestimentas de proteção, como jalecos, guarda-pós ou aventais, pelos profissionais de saúde fora do seu ambiente de trabalho sempre deu o que falar. Há muito tempo esta é uma questão tratada dentro dos procedimentos de biossegurança.

Nos laboratórios clínicos ou de saúde o uso de vestimentas de proteção é restrito à área analítica, segundo preconiza a publicação do Ministério da Saúde Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia, de 2006. Ao sair desta área o profissional deve retirar e deixar a vestimenta no laboratório. Não se deve circular pelas áreas de uso comum com a roupa de proteção que pode estar contaminada. Esta é a norma adotada aqui no Lacen/SC.

No entanto, observa-se que em diversas instituições de saúde, principalmente em hospitais, os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e auxiliares de diversas áreas de contato com pacientes ou materiais contaminados, transitam sem a menor preocupação nos ambientes de uso comum, como refeitórios e banheiros, e mesmo em espaços públicos: ruas, estabelecimentos bancários e comerciais diversos, restaurantes, etc. com seus jalecos, aventais ou guarda-pós.

Muitos profissionais parecem considerar que o uso dessas roupas de trabalho, adicionadas dos indefectíveis estetoscópios, que permanecem pendurados no pescoço até durante as refeições, conferem status, no caso identificando os profissionais médicos.

Na verdade, nada mais é do que falta de higiene. E responsabilidade. O fato é que se sabe que ao circular pelos espaços públicos com estas vestimentas, o profissional de saúde pode levar contaminação para outras pessoas e também trazer contaminação para o ambiente de trabalho, o que representa um risco maior quando se trata de hospitais, onde há pacientes com baixa imunidade.

A prefeitura de Belo Horizonte sancionou, meses atrás, a lei que proíbe profissionais da saúde de circular com equipamentos de proteção individual fora do ambiente de trabalho.

Esta semana foi a vez do governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, sancionar a lei que proíbe médicos e outros profissionais da saúde de usar jalecos e aventais fora do ambiente de trabalho.

De acordo com o texto, a justificativa é a de que, ao circular pelas ruas com o uniforme, os profissionais podem carregar para dentro dos hospitais bactérias e outros microrganismos que ficam na roupa.

O profissional que for pego com uniforme nas ruas poderá ser multado em dez Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (R$ 174,50). A multa será em dobro na reincidência, mas o governo ainda não sabe como será a fiscalização.

Outros projetos regulamentando o uso de jalecos e aventais por profissionais de saúde tramitam em outros estados, como Goiás. Com certeza, são iniciativas a serem propagadas em todo o país.

Imagem encontrada em: http://www.olharvital.ufrj.br/2006/index.php?id_edicao=083&codigo=2

2 comentários:

Anônimo disse...

Deveria valer esta lei no Brasil inteiro, pois muitos profissionais sabem que não é correto usar jaleco fora da área de trabalho e mesmo assim continuam agindo errôneamente. Infelizmente no nosso país, a maioria das pessoas só cumprem algumas ações quando há obrigação e prejuízo financeiro para o bolso. Lorena, Micologia.

Rozi disse...

Microrganismos não sofrem da "Sindrome do Jaleco Branco", muito pelo contrário, o branco facilita a visualização da sujeira onde estes se encontram. Realmente é pura falta de conscientização e muito mais de higiene e educação daqueles que deveriam dar bons exemplos de saúde.Que a Lei possa vigorar, ser cumprida e executada em todo território brasileiro.